Ontem enquanto esperava meus nobres e queridos aprendizes para orientações do trabalho de conclusão de curso (TCC) na FRM (Faculdade Raimundo Marinho em Penedo) fui impulsionado a navegar e, me deparei com um texto de Mattar, que me fiz refletir e aguçar minhas concepções sobre os processos de ensino e aprendizagem, aqui, especificamente, em ambientes informatizados de aprendizagem. Vejam o quão é interessante e bastante condizente, esse texto, com a realidade que vivemos e sobretudo sobre os novos paradigmas pedagógicos.
Meu Medo da EaD
Objetivos de aprendizagem, conteúdo, conteudista, design instrucional e tutor são algumas das palavras e expressões que me amedrontam em EaD.
Fico surpreso de perceber, cada vez mais, que as pessoas e instituições só enxergam na EaD a produção de conteúdo, só conseguem imaginar a EaD como a entrega de um conteúdo pronto para o aluno. Pouquíssima gente enxerga a EaD como uma atividade de interação, colaboração e construção de conhecimento, com a atuação ativa de um aututor - um professor que organiza e/ou produz conteúdo, medeia a interação, propõe atividades em função do perfil e do ritmo da turma e assim atua como um parceiro-guia no processo de aprendizagem. Venho escrevendo sobre isso há anos, mas parece que cada vez se ouve menos a mensagem.
EaD é sinônimo, hoje, de uma grande chance de ganhar dinheiro, porque dá para “trancar” centenas de alunos num AVA (Ambiente Virtual de Aprendizagem) qualquer, para consumir um conteúdo produzido por um conteudista, organizado por um designer instrucional e trabalhado por um web designer, com um tutor atuando como um monitor-robô. Esse é o modelo que pode gerar muito dinheiro, porque atingido o número de alunos que cubra o custo da produção do conteúdo, tudo vira lucro, já que o tutor é pago indecentemente para atuar como professor - no sonho-limite, nem precisaremos mais de pessoas, tudo estará automatizado! Imaginar que a educação possa se transformar nisso, que esse modelo passe a dominar a EaD, me dá muito medo, pavor.
Contra esse modelo, eu estou do lado dos que criticam duramente a EaD, principalmente quando é assim usada para formação de professores, como a recente posição do CONAE.
Caro Prof Israel,
ResponderExcluirEste "EAD" não utiliza 10% do potencial de ensino e aprendizagem contido nas novas tecnologias.
Desde 2005, com a conceituação da WEB2.0 que já se sabe que interação e conectividade são as grandes alavancas de aprendizagem, tanto do ponto de vista individual, como na perspectiva da inteligência coletiva.
Cada vez mais os AVAs tradicionais se aproximam de grandes dinossauros recusando-se a encarar o fato de que o mundo mudou e vai mudar muito mais ainda.
Não tenho medo desse "EAD" porque se trata de um modelo falido, que tem apenas sustentado as grandes organizações, mas tende a desaparecer a medida que iniciativas mais inteligentes e adaptadas ao espírito da época vão ganhando espaço. Quem experimenta aprender de novos modos, não volta atrás.
Tenho medo sim é dos tradicionais cursos de Pedagogia, pensados para o século XIX e repaginados de MUDERNOS num AVA qualquer.
A esperança está no fato de que as gerações mais novas, aprendem, com, sem ou apesar da escola!